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A partir de uma parceria entre o IFSertãoPE - Campus Ouricuri e o SESC Bodocó-PE, sob a coordenação dos professores Juliano Varela e Herbert Adriano, respectivamente, a residência artística Transgressões Poéticas Para Barrar o Desastre teve como objetivo pensar o Brasil atual, em franca catástrofe, por meio da arte. Artistas das cidades de Bodocó, Salgueiro e Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e Divinópolis (MG) aceitaram convite para um mergulho crítico e poético na triste realidade de um país que convulsiona diante de ações e omissões corrosivas da democracia, dos direitos das populações subalternizadas e do meio ambiente. Foram quatro encontros formativos com as professoras Keila Fonseca (IFRN - Campus Natal - Cidade Alta) e Izis Guimarães (Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG) e com os professores Rodrigo Cunha (IFPB - Campus Patos), Juliano Varela (IFSertãoPE - Campus Petrolina) e Herbert Adriano (SESC Bodocó), além de debates, orientações e processos criativos desenvolvidos de agosto a novembro de 2021, resultando na produção das videoartes: “Partes”, de Amanda Martins; “Passos presos”, de Letícia Rodrigues; “La Bruxa”, de Yasmin Rabelo; “Fênix”, de Malu Siqueira e Luana Rachael (Cia. M.E.D.U.S.A.); “Carranca”, de Zuleika Bezerra; “Quedas”, de Maria Santorini; e “Tela sob  betume”, de Arthur Jacques.

Partes, de Amanda Martins (Petrolina - PE)

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O curta experimental “Partes” foi criado e desenvolvido por Amanda Martins, que é iluminadora, atriz e produtora. O trabalho realizado teve como inspiração as reflexões que surgiram durante a  pandemia em que foi necessário um isolamento social que nos proporcionou uma maior aproximação com nosso interior e as partes que nos compõe para formar esse incrível ser chamado "EU". Entender quem somos e onde estamos é a principal chave para compreender esse quebra-cabeça que entendemos como vida.

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Amanda Martins é atriz, produtora, iluminadora e graduanda no curso de Engenharia Agronômica na Universidade Federal do Vale do São Francisco. Tornou-se atriz do Núcleo de Teatro da Cia Biruta em 2016 e desde então vem realizando trabalhos no teatro e no audiovisual.

Passos presos, de Leticia Rodrigues ( Petrolina - PE)

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O curta experimental “Passos Presos” foi criado por Leticia Rodrigues, que também é a performer, através da técnica de autofilmagem. O trabalho, cujo texto foi criado em parceria com Rafael Bruno, propõe uma reflexão a respeito do isolamento social e suas reverberações psicológicas na mente humana. A baixa saturação das imagens, a repetição de gestos e pensamentos e o silêncio ensurdecedor são elementos estéticos e poéticos que aludem à solidão e ao medo de uma vida reprogramada inesperadamente, em que o tempo – que não para e nem desanda – nos convoca a permanecermos vivos, alimentando as nossas esperanças, ainda que não vejamos o azul do dia nem o preto da noite

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Leticia Rodrigues é graduanda em Artes Visuais pela UNIVASF, é produtora cultural e faz parte da Cia Biruta de Teatro há seis anos, atuando como atriz, figurinista e apoio técnico em seus espetáculos como "Contando o Rio Opera – Histórias para Navegar", "Processo Medusa", "Corpo Fechado". Participou, junto a Cia Biruta, de festivais relevantes para a cena artística pernambucana, como o Janeiro de Grandes Espetáculos. Atuou como codiretora de arte e figurinista no filme "CHICO E FLOR: A LENDA DO RIO OPARÁ" que estreia em 2021. É editora fotográfica e de álbuns, idealizadora do Quilombo Urbano, desde 2018, onde trabalha na produção de cadernos artesanais, dentre outros produtos artísticos, realizando oficinas de encadernação. Em parceria com a Cia Biruta, realizou a "Mostra de Arte Novembro Negro, liberdade é não ter medo de brilhar", em 2019.

 

La Bruxa, de Yasmin Rabelo (Petrolina - PE)

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O trabalho La Bruxa é fruto do poema autoral La Bruxa, escrito em 2019. O poema carrega em si a força da ancestralidade feminina, evocando o sagrado feminino como mecanismo para enxergar a força da mulher geradora do seu próprio destino no mundo; nesse caldeirão de bruxa que mexemos e acrescentamos elementos todos os dias. Rompendo com os padrões impostos pela sociedade machista alicerçada na dominação feminina, a videoarte La Bruxa transforma texto em imagem, acolhendo em suas passagens esse “parir a si mesma” e, assim, parir todas as outras.

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Yasmin Rabelo, atriz e poeta. Membro do Núcleo Biruta de Teatro e do Coletivo Vozes-Mulheres: além das margens. Iniciou o seu encontro com o teatro aos 8 anos de idade e desde então não parou mais. Participou de algumas montagens, dentre elas, Processo Medusa (2017). Em 2016, juntou-se ao Coletivo Vozes-Mulheres: além das margens, coletivo de mulheres escritoras do Vale do São Francisco. É discente no curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

 

Fênix, de Cia M.E.D.U.S.A (Bodocó - PE)

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Uma pessoa que se apega ao processo pandêmico como algo que recria a vida e a morte. Num efeito atemporal de nossas próprias vivências, do fim anunciado biológico e psicológico. Fênix é uma vida arrítmica que permanece, se expande e colore, é o prenúncio do caos, desassossego e silêncio. De olhos que se rasgam.

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Cia M.E.D.U.S.A (Mulheres Empoderadas Donas de um Universo Sensualmente Audacioso) é um coletivo feminista, formado por mulheres de diferentes e múltiplas linguagens artísticas, localizado no interior de Pernambuco, mais precisamente no Sertão, na cidade de Bodocó. Nossos processos criativos passam por etapas individuais e coletivas. Nos estruturamos horizontalmente, cada integrante é uma parte de igual importância, nos dividimos entre pesquisa, escrita, construção, atuação, direção e produção com rotação contínua.

Carranca, de Zuleika Bezerra (Juazeiro-BA)

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Carranca, signo representativo do Vale do São Francisco, demonstra sua insatisfação diante de algumas questões problemáticas do nosso país.

 

Zuleika Bezerra é atriz de Juazeiro-BA. Seu primeiro trabalho foi na novela de rádio “Prova de Amor”, de Hertz Félix, em 1992. Em 2013, reencontrou-se com a arte em uma oficina de teatro do Grupo Finos Trapos (Salvador-BA); desde 2016 integra o Núcleo de Teatro do Sesc Petrolina (PE). No cinema, já atuou em 5 curtas metragens do Vale do São Francisco e idealizou, produziu e atuou no média-metragem "Bebela'S: nas dobras dos encantos vive a verdade" (2021). É discente do curso de Arte Visuais na Univasf (Campus Juazeiro-BA). 

Quedas, de Maria Santorini (Salgueiro-PE)

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Conta a breve história da nossa mãe terra. A trágica história que ela vem sofrendo diante do desmatamento e das queimadas. Enquanto cai uma semente, mais de dez árvores também caem! São cortadas ou queimadas por pessoas que só querem lucrar, sem se preocupar com o planeta. Tudo foi feito de forma simples e objetiva, mostrada através dos meus desenhos “amadores”, para que todos possam ver e entender a mensagem.

 

Maria Santorini, atriz e maquiadora. Possui experiência profissional na área há mais de 10 anos, tendo em  seu currículo participações em oficinas e workshops. Protagonizou recentemente o experimento cênico on-line Lady Macbeth | Coroas de Poder e Sangue no Sertão (2021). Fez parte do grupo Togarma desde o início até Setembro de 2021. Neste mesmo ano, fundou a Trupe Holística.

Tela sob betume, de Arthur Jacques (Divinópolis-MG)

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Vivendo dentro de um pequeno quarto e sob o controle de uma figura de opressão, um pintor recebe a encomenda de um quadro específico que pode representar o início de um processo de reencontro.

 

Arthur Jacques é nascido em Minas Gerais e aos 19 anos se muda para Natal/RN, onde hoje cursa Produção Cultural no IFRN. Desde cedo em relacionamento com o teatro, principalmente dentro do Instituto Alma (MG), também mergulha em produções fotográficas e audiovisuais, sempre baseadas em paixão por construir narrativas.

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