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Povos Tradicionais

A Semana de Humanidades (SH), desde sua primeira edição, aborda temáticas relativas às minorias e aos grupos sociais marginalizados no Brasil, sobretudo os povos indígenas, as pessoas negras e a comunidade LGBTQIA+. Ademais, desde a primeira edição, a SH considera a arte como uma forma de produção de conhecimento, além de ser, é claro, uma expressão das sensibilidades humanas e configuração de possíveis representações da existência. Os grupos minoritários e as artes, contudo, não são considerados em paralelo, mas em interconexão. O que a SH pretende é também discutir a arte feita por indígenas, negros(as) e pessoas da comunidade LGBTQIA+.

 

É na tentativa de cumprir com esse compromisso que se organizou essa mostra de cinema. O Programa Povos Tradicionais reúne oito filmes que tratam da temática indígena ou que foram produzidos por indígenas ou comunidades quilombolas. Os filmes abrangem os povos Wajãpi, Xavante, Mbya Guarani, Pankararu e Huni Kuin, bem como a comunidade quilombola de Conceição das Crioulas. Em termos de abrangência geográfica, as pessoas que acessarem a mostra vislumbrarão filmes produzidos no Pará, em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e no Acre.

 

Todos os filmes foram produzidos por associados ao Vídeo nas Aldeias (http://www.videonasaldeias.org.br/2009/), ao Olhar da Alma Filmes (https://www.youtube.com/channel/UCRtVEKCETcFF0_TloP7YuAg) e ao Crioulas Vídeo (https://www.youtube.com/channel/UCm-jnuJMgAOi-A6LmHhekZw). Não são filmes novos, nem tampouco inéditos, uma vez que não é um propósito dessa mostra servir como uma plataforma de lançamento das novidades cinematográficas produzidas por indígenas ou quilombolas. Esse trabalho está além de nossas possibilidades atuais, pois cada vez mais tem surgido filmes produzidos e dirigidos por membros de comunidades tradicionais, e acompanhar as inovações na área exigiria um trabalho de especialistas.

 

Essa pequena mostra consiste em uma seleção de filmes produzidos já há algum tempo (alguns com mais de vinte anos) e que já estão disponíveis para o público, sobretudo no Youtube. Ainda assim, há quem diga que desconhece produtoras e diretores(as) de cinema quilombolas e indígenas... Essa mostra, portanto, pretende lançar atenção para a existência, já datando em algumas décadas, de filmes produzidos por indígenas e quilombolas que continuam silenciados(as) e pouco valorizados(as). Nosso intuito é colaborar com essa valorização e promover uma espécie de iniciação a esse nicho cinematográfico para estudantes do campus Ouricuri do Instituto Federal do Sertão Pernambucano que vierem a assistir à mostra.

 

Por fim, vai um agradecimento aos estudantes Wanessa Karolayne Silva Alves e Erick do Nascimento Sá, que compuseram, junto com o prof. Andrey B. Bernardes, a curadoria que selecionou as obras presentes nessa mostra. O empenho, a disciplina, a dedicação e o carisma desses dois jovens garantiram a realização da atividade.

Fonte: Aldeia Mariry. Foto: Dominique T. Gallois, 1983. https://img.socioambiental.org/d/237011-1/wajapi_2.jpg

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